(des)Encontros

Paulo deixa a banca de jornais um instante e vai até a farmácia para comprar um remédio, depois volta para seu trabalho monótono. Uns minutos depois uma moça compra uma revista de moda. Às três ele vai pegar o ônibus para voltar para casa, e se irrita quando alguém se enrola para pagar a passagem. Quando salta do ônibus, vai a um orelhão e tenta ligar para um amigo, e na primeira tentativa disca para um número errado. Ao cair a noite ele pega o seu táxi para sua segunda jornada de trabalho. As primeiras clientes são um grupo de amigas que vão a uma boate. Fim de noite, ele volta para casa, e tenta dormir enquanto que de um apartamento no prédio ao lado vem uma música dos anos 80, que o faz lembrar de quando era pequeno e brincava no parque com outras crianças que nunca mais viu, inclusive da Aninha, que ele gostava muito, mas que parecia não dar muita bola para ele. Ao dormir, acaba sonhando com ela, sonhando em tudo o que lhe diria se pudesse vê-la novamente.

Numa manhã sem movimento, Ana vende um remédio para um sujeito, e logo depois resolve comprar uma revista de moda para fazer o tempo passar mais rápido. De tarde, quando pega o ônibus para voltar para casa, se atrapalha e deixa suas moedas caírem no chão, gerando reclamação de alguém na fila. Assim que salta do ônibus, recebe uma ligação no celular, mas era engano. Como é sábado ela quer se divertir. Chama umas amigas e marcam de sair à noite. Mais tarde se encontram e pegam um táxi, que as leva até uma boate. Depois de algumas horas de dança e azaração, ela volta para casa, e coloca para tocar no rádio um cd de seu grupo favorito dos anos 80, que a faz lembrar de quando era pequena e brincava no parque com outras crianças que nunca mais viu, inclusive do Paulinho, que ela gostava muito, mas que parecia não dar muita bola para ela. Ao dormir, acaba sonhando com ele, sonhando em tudo o que lhe diria se pudesse vê-lo novamente.


Esta crônica foi publicada originalmente em julho de 2003 no antigo Sarcófago, e faz parte do meu livro "Trabalho em Cartório Mas Sou Escritor". Se você gostou e quer ler o resto do livro, basta mandar um email pedindo.

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