No dia em que...

... Jesus Cristo fez sentido, eu deixei de crer. Parece e é extremamente contraditório e paradoxal, mas é assim que aconteceu. Talvez eu não tenha exatamente deixado de crer, acho que foi mais chegar à conclusão de que não cria.

Nos últimos meses, vinha buscando muito entrar em contato com o cristianismo e entendê-lo. No domingo, na missa da manhã, o padre nos indicou a leitura da primeira epístola de João. Bíblia em punho, dezenas de minutos à vontade, a leitura correu livre e solta.

E aí, naquele amontoado de capítulos e versículos, entre uma palavra e outra, tudo fez sentido, entendi o que era o cristianismo e achei que dali para a frente passaria a crer. Mas não aconteceu nada. O silêncio parecia ainda maior que antes.

Às vezes parece que o não crer é fruto do medo das conseqüências que serão trazidas junto com a aceitação. Outras vezes, parece que é racionalismo demais, mas sinceramente, não sei.

Não sei.

Mas dói. É como estar mergulhado em uma piscina mas não se molhar. Sei que já estou imerso em toda esta maravilha divina, mas não consigo alcançá-la, tocá-la. Novamente, extremamente paradoxal. Quem disse que seria fácil?

Fui à missa. Cheguei cedo. Bem cedo. Meia hora antes. Orei. Orei. Orei. Pedi a Deus para me dar a luz, para me fazer entender, para me fazer crer. E a missa começou. Chorei. Uma, duas, três vezes. A resposta não veio. Pensei em pedir ajuda ao padre, mas a idéia não pareceu boa e a deixei largada no banco da igreja.

Agora não sei o que fazer. Resolvi escrever. Então escrevi. Mas não ajudou. Deve ser porque não escrevi tudo o que tinha pra escrever.

Acho que com o tempo se resolve. Enquanto isso a Bíblia vai ficar guardada.

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